sexta-feira, 28 de março de 2008

Metaphóra

'Toda vez' é muita coisa. São todas as que houveram e as que ainda estão por vir. São acasos que têm em comum um mesmo acontecimento. Toda vez que. Ainda que se tenham passado apenas duas situações, posto que uma não é o suficiente, é sempre. O 'toda vez' pressupõe a idéia da continuidade de algo. Perceber que 'toda vez' é dar-se conta de uma repetição. É querer ou não. É acreditar, ou não. É buscar em algum lugar um motivo para pensar.

Vivida a experiência do acontecimento repetido, o instante exato do clímax no 'toda vez' ocorre com a constatação. A mente que a opera pode ter infinitas identidades. Algumas, certamente, afeitas ao exagero, mas nada que se constitua um 'todas', por exemplo .

Normalmente o 'toda vez' aparece como um tapa. Pôxa, toda vez ! Mistura desejo e sabedoria. Confunde, e talvez por isso haja, em geral, um certo respeito à expressão. Paira o receio do equívoco, da permanência das influências, de si mesmo. Quero eu convencer-me de algo?

Na verdade, o 'toda vez' é um processo que vai dar lá em algum conhecimento. Tenha o fato da constatação fundamentos da natureza que for, algo permanece. Toda vez. O que se faz com isso é o que é. Pois sabemos que um círculo termina aonde começa, mas e se a certeza for uma coisa quadrada?


sexta-feira, 21 de março de 2008

Hoje

Para um dia desses que a gente começa mal, até que hoje fez molde pra chave e não economizou em ouro. Quando Carlin se referiu aos dias me confundiu. Eu achando que o porteiro da noite também perdia a noção do limite entre essas coisas. Não. Ele tá todo dia entre o hoje e o amanhã. Precisa se colocar verdadeiramente frente aos conceitos.

Todo mundo achou uma maravilha quando se avistou um lugar aberto. Comida! Povo faminto, ávido por qualquer mastigável que se apresentasse. Cada um na sua, muitas, muitas diferenças. Em comum, a fome e a esperança acompanhada de uma certa dúvida. A pizza pedida na quinta, chegou na sexta. Os garçons, de certo entediados até então, uma vez animados não falharam. Muito ouviram dentre gemidos e lamúrias dos estômagos a roncar. Depois retrucaram. Demorou, mas valeu a pena? Está gostosa a pizza? O silêncio foi a resposta exata.

Amigos do início ao fim. Bom pra eles nos verem, bom para nós gostarmos e fazermos parte de um sucesso incontestável. Uma festa inegavelmente delixious. A bilheteria fica aberta até que horas?

A imprensa também tropeça. A fila maltrata, mas redime.

Alguns mudaram seus planos. Um feriado prolongado. Felizes dos estudantes! Todos os acasos se esbarrando. Oi, eu vim.

Vim, fui e fiquei. Tive com os meus, aceitei os seus e assim fizemos de uma noite-dia história na vida de uma meia dúzia.





sábado, 15 de março de 2008

Espelho de Artaud

Foi quando eu vi o o auto-retrato de Van Gogh na tela. Cliquei. A casa virtual do Danilo tava bonita estampada em pinceladas. Ele achou um teste desses aparentemente pointless não sei onde, fez e divulgou. Adoro testes! Ótimo pra preencher essas horas com um vácuo incomensurável. Esse é pra você encontrar o seu gênio insano (http://mundoinsano.no.sapo.pt/index.html ). Achei engraçado. Topei.

Primeira pergunta e me senti tão cliché... Sete opções de profissões pra escolher e insisti na minha. Deve ser burrice. Tão divertido ser andarilho ou conselheiro, por que essa coisa com cinema? Eu hein.

Das características que me apresentaram, fiquei com a expressiva. Não porque eu me ache muito expressiva. Foi simplesmente a que encaixou melhorzinho. Não me definiria como excêntrica, embora possa até ser. Passional também não vestiu a carapuça. Ciumenta ficou foi bem longe (taí uma coisa, thank god, que eu não sou!). Espiritualista, impaciente, idealista, ih! nada a ver comigo. Próxima.

O clima foi esquentando: ambição! Que tortuosos os caminhos da ambição. Vamos ver o que o jogo me traz. Entender a natureza humana, definitivamente não. Ambição perfeita pra frustração, coitado de quem tem. Na verdade, nessa pergunta, o verbo da sentença entrega a resposta. Não quero entender nada, não quero ser isso ou aquilo, viver assim ou assado, muito menos me estressar com vingança. Causar. Isso sim, causar! E de preferência impacto.

A quarta pergunta era só ser sincero consigo mesmo. A resposta fica com os fatos, afinal a gente é mais chamado daquilo que os outros chamam a gente, não é? E daquelas palavrinhas ali a que eu mais escuto é a que tem a ver com a loucura mesmo. Por que vocês me acham louca, meu deus? Eu, uma menina tão normal! Mas não vou entrar neste hall de discussão. Prossigamos.

A parte de filme normalmente é um drama pra mim. E aquela lista tá boa! No entanto, não deu muita questão. A Laranja Mecânica sorriu pra mim, mas eu passei a mão na Mulholand Drive e saí correndo. Stanley que me desculpe, mas Lynch é a minha cara!!!

Li aquele monte de frases com muita atenção. Qual seria a minha predileta? Uma delas insistia na idéia de vingança. Que coisa! Será que os vingativos são tantos assim nesse mundo ou são do tipo que a gente tem que insistir pra admitirem o veneno? A última combinava não só comigo, mas especialmente com meu espírito do dia. Cheia de questionamentos, caminhos de raciocínio tortuosos e uma conclusão brilhante. Adoro conclusões! Me ganhou. É você, nêga.

De todas as manias estranhas que me acompanham nesta vida, uma delas estava lá: falar sozinha. Mandar presente pelo correio? Que isso, minha gente! Alguém tem isso? Alguma coisa especial com o correio? Tão bom dar presente e ver a carinha da pessoa feliz. Não tomar banho não me pareceu uma mania propriamente. Pra mim não tem desculpa, o nome disso é porcaria. Quem marcou essa tem brazão da família Landrassa em casa.

Perguntaram como eu imaginaria a minha morte. Me pegaram. Eu nunca imaginei minha morte. Tudo bem, vamos imaginar, então ué. Se eu ficar obcecada pelo assunto depois, a culpa é desse teste. Vocês estão testemunhando isso!!

Passou do fundo ao topo; onde gostaria de morar? De repente fica uma delícia isso. Um monte de opções na sua frente. Parece que à distância de um clique você está onde quer. Paris, por favor. E vamos logo que eu estou com pressa, motorista.

A chave de encerramento é a dos relacionamentos. Deve ser aí que você se expõe definitivamente. Se esquivou até aqui, agora não escapa. Qual é a tua, malandro?! A gente quer saber que maluco você é.

Antoin Artaud. E eu gostei. Brincadeira gostosinha. Clique aqui e saiba mais sobre o seu louco. Descubra aqui que sendo
despretenciosamente sincero num teste como esse você pode esbarrar em informações que te desestabilizem. Porque eu descobri que nasci no mesmo dia que o cara.





quarta-feira, 5 de março de 2008

O sorriso dela

Tenho percebido um certo sorriso cínico constante em mim. São instantes de felicidade simples. Ainda que esteja a cabeça com problema escorrendo pelo ladrão, resiste a tal covinha discreta.

Às vezes lembro de momentos gostosos e me pego quase gargalhando, gritando na rua. Só percebo quando alguma alma pesada me lança aquele olhar de recriminação. Se é pecado ser feliz, eu disfarço. Tiro meu sorriso do caminho e deixo os doloridos passarem reto. Atravesso a rua.

Astros têm me facilitado a vida. Domingo fez um sol delicioso. Lá pelas duas da manhã a casa de infinita areia fez-se paraíso. Era tanta estrela, que a lua nova se tornou óbvia por dedução lógica. Mas como não há lógica na vida do céu, fomos maravilhosamente surpreendidos. Surgiu sorrindo para pobres mortais, ela. Minguante, prateada, deitada, o próprio sorriso do gato da Alice. Nós num mundo de simples maravilhas.

Naquele dia foi melhor o mergulho da noite. O mesmo mar que de manhã só nos cuspia espuma, agora convidava. Aceitei. A noite quente secou o corpo rapidamente e nenhum vento me gelou a espinha. Me senti parte daquilo tudo, como um quinto elemento. Senti que corriam os segundos de uma noite inesquecível. Sabia que o que eu via ali era o céu mais lindo que já se havia apresentado. Pensei, então, que era tudo mentira. Eu não estava ali. Ela não estava lá. Ou simplesmente era eu lá em cima, aquela lua felina, cínica e inacreditavelmente sorridente.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Gabaritando OkêOkê

Dia de serão é dia de chegar em casa cansado. Errado! É dia de chegar em casa bêbado. Gente... Quem sai de uma jornada de mais de 10 horas de trabalho e simplesmente encara o travesseiro resignado a acordar no dia seguinte e cair no batente de novo?

Ontem foi dia. Vernisage, boa noite, boa noite, sim senhor, sim senhora, afe! Tem hora que o sorriso cansa, que ser simpática cansa. Aí o que se faz? Cai-se num buraco esquisito cheio de gente meio estúpida. Batata pra se sentir o modelo de educação.

Assim foi a nossa ida ao Sal y Pimenta, um videokê gay bizarrinho na Lapa. Videokê é difícil fugir do trash, mas esse nem tentou. Uma drag com um coque de dreads coordenava o circo da cantoria. Vinham umas figuras sem noção ne-nhu-ma! Rolou até aquela fossa que só o Rei consegue. Ana Carolina bombando me enjoou um bocado. Mas eu não perdi o rebolado!

A cornitude tava solta no salão quando resolvemos dar um novo rumo pra discotecagem. A nossa galera já era uma piada. Os pessoal do O Dia em peso: Guil, Karlinha e o digníssimo Rafael, Manuelle, Bia... Kamille vinha com 3 gringos à tira colo. Um deles tava de gatinho dela. O gay ficou soltinho no bailado e o terceiro perdidinho, tadinho. Outra figura foi a Érica Martins que fez uma bichinha feliz quando topou que ele tirasse uma foto nossa. Pois é... Até isso rolou. Posamos!

Nosso grande momento chegou depois da drag furar um pouquinho a fila pra gente. A esta altura nosso povo estava infernizando, cantando uma atrás da outra. “Leila!!”, ela gritou. “C’est moi”, respondia à altura. Entre nós duas não cabia nem a peruca dela, então agarrei de imediato o microfone. Guilherme e Karlinha se aprochegaram.

Primeiro acorde e ninguém conseguiu entrar no tom. Muito engraçado! Foi o “Ohhhhh Darling” mais xoxo que já ouvi. Em compensação, daí pra frente foi só show! Nos esgoelamos na música que mas parece um grito de desespero: don’t, don’t ever leave me alone, John!!!! Soltamos todos os nossos demônios ali. Demos uma gotinha de beatelícia a cada pentelho cantador de Ana Carolina, essa consequência maldita do sapatomusic niteroiense que pegou a barca.

Olha, esperamos muito naquela fila de desafinados até chegar a nossa vez de soltar o gogó. Mas por uma coisa não esperávamos: a nota 100 que tiramos pela performance!!!! Ri descompensadamente e me senti satisfeita pra voltar pra casa. Descobri que em buracos sujinhos de gente meio estúpida não só se liberam demônios, mas também se colhem anjos.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Inocência

Era uma vez uma criança feliz. Um belo dia ela meteu a cara onde não devia e ganhou uma cicatriz. Mas quem mesmo que disse que ela deixou de ser feliz? Eu, hein... Vocês têm cada uma...

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

O Segredo de Brad

Brad é o gato do tipo que pega todas, sabe?


Basta um bla bla bla que elas topam qualquer parada na hora!


É sempre igual. Começa assim...



Mas não dá muito tempo e a história vira outra...




O cara é tão bom, que mesmo quando ele dá bolo nas gatinhas, elas não querem acreditar no abandono.


Mas ele é tão sacana, que uma hora elas caem na real!


Um dos caôs preferidos de Brad é se fazer de artista.

Mas Brad tem um segredo que o torna especial...


Brad tem um duplicador de imagem!!!


Calma, Brad. Sei muita coisa não. Só me falaram que...

Meu, deus Brad! Essa quase pegou a minha orelha. Se acalme, por favor...
É gente... o segredo de Brad vai ficar pro próximo blog.

Calma, leitor! Não me xingue!! Sou uma mera mensageira...
Ai, ai... Da arte pop de viver perigosamente na virtualidade...