sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Gabaritando OkêOkê

Dia de serão é dia de chegar em casa cansado. Errado! É dia de chegar em casa bêbado. Gente... Quem sai de uma jornada de mais de 10 horas de trabalho e simplesmente encara o travesseiro resignado a acordar no dia seguinte e cair no batente de novo?

Ontem foi dia. Vernisage, boa noite, boa noite, sim senhor, sim senhora, afe! Tem hora que o sorriso cansa, que ser simpática cansa. Aí o que se faz? Cai-se num buraco esquisito cheio de gente meio estúpida. Batata pra se sentir o modelo de educação.

Assim foi a nossa ida ao Sal y Pimenta, um videokê gay bizarrinho na Lapa. Videokê é difícil fugir do trash, mas esse nem tentou. Uma drag com um coque de dreads coordenava o circo da cantoria. Vinham umas figuras sem noção ne-nhu-ma! Rolou até aquela fossa que só o Rei consegue. Ana Carolina bombando me enjoou um bocado. Mas eu não perdi o rebolado!

A cornitude tava solta no salão quando resolvemos dar um novo rumo pra discotecagem. A nossa galera já era uma piada. Os pessoal do O Dia em peso: Guil, Karlinha e o digníssimo Rafael, Manuelle, Bia... Kamille vinha com 3 gringos à tira colo. Um deles tava de gatinho dela. O gay ficou soltinho no bailado e o terceiro perdidinho, tadinho. Outra figura foi a Érica Martins que fez uma bichinha feliz quando topou que ele tirasse uma foto nossa. Pois é... Até isso rolou. Posamos!

Nosso grande momento chegou depois da drag furar um pouquinho a fila pra gente. A esta altura nosso povo estava infernizando, cantando uma atrás da outra. “Leila!!”, ela gritou. “C’est moi”, respondia à altura. Entre nós duas não cabia nem a peruca dela, então agarrei de imediato o microfone. Guilherme e Karlinha se aprochegaram.

Primeiro acorde e ninguém conseguiu entrar no tom. Muito engraçado! Foi o “Ohhhhh Darling” mais xoxo que já ouvi. Em compensação, daí pra frente foi só show! Nos esgoelamos na música que mas parece um grito de desespero: don’t, don’t ever leave me alone, John!!!! Soltamos todos os nossos demônios ali. Demos uma gotinha de beatelícia a cada pentelho cantador de Ana Carolina, essa consequência maldita do sapatomusic niteroiense que pegou a barca.

Olha, esperamos muito naquela fila de desafinados até chegar a nossa vez de soltar o gogó. Mas por uma coisa não esperávamos: a nota 100 que tiramos pela performance!!!! Ri descompensadamente e me senti satisfeita pra voltar pra casa. Descobri que em buracos sujinhos de gente meio estúpida não só se liberam demônios, mas também se colhem anjos.