sexta-feira, 28 de março de 2008

Metaphóra

'Toda vez' é muita coisa. São todas as que houveram e as que ainda estão por vir. São acasos que têm em comum um mesmo acontecimento. Toda vez que. Ainda que se tenham passado apenas duas situações, posto que uma não é o suficiente, é sempre. O 'toda vez' pressupõe a idéia da continuidade de algo. Perceber que 'toda vez' é dar-se conta de uma repetição. É querer ou não. É acreditar, ou não. É buscar em algum lugar um motivo para pensar.

Vivida a experiência do acontecimento repetido, o instante exato do clímax no 'toda vez' ocorre com a constatação. A mente que a opera pode ter infinitas identidades. Algumas, certamente, afeitas ao exagero, mas nada que se constitua um 'todas', por exemplo .

Normalmente o 'toda vez' aparece como um tapa. Pôxa, toda vez ! Mistura desejo e sabedoria. Confunde, e talvez por isso haja, em geral, um certo respeito à expressão. Paira o receio do equívoco, da permanência das influências, de si mesmo. Quero eu convencer-me de algo?

Na verdade, o 'toda vez' é um processo que vai dar lá em algum conhecimento. Tenha o fato da constatação fundamentos da natureza que for, algo permanece. Toda vez. O que se faz com isso é o que é. Pois sabemos que um círculo termina aonde começa, mas e se a certeza for uma coisa quadrada?


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