terça-feira, 12 de agosto de 2008

... and then I met David Lynch

Quando cheguei na Travessa do Shopping Leblon já estava formada a fila. Até então ela cabia dentro da livraria. Ali descobri que o evento havia sido remarcado para 1 hora depois do divulgado. A espera, curiosamente, não foi desagradável.

Quando ouvi o tema do diretor playboy de "Mulholand Drive" sabia que era o anúncio da sua chegada. Não deu outra. Ele adentrou o ambiente bucólico de lindos livros encoberto por uma luz.

De repente já era a minha vez. O segurança tomou de arranco o livro da minha mão. Saltei rapidamente para aproveitar cada segundo do meu tete-a-tete com o mestre.

Ele autografou meu "Em águas profundas" e quando se virou pra mim encontrou um sorriso. Retribuiu-o e esticou sua mão. Estiquei a minha e ele apertou. Apertou forte e segurou.

- I bought your book a few weeks ago and I read it. (pausa) Thanks for writing it.

Foi o que consegui dizer. O "thank you" dele em retribuição soou por duas ou três vezes.

Fim do diálogo, mãos se soltaram. Saí da fila tremendo de uma energia absurda. Tontinha, fiquei olhando pra minha mão em riste no ar, vermelha com pontinhos brancos.

Existem mil coisas que eu gostaria de falar pro David Lynch, mas não era o caso de se traçar mil linhas. Saí feliz porque disse o que disse e consegui algo precioso pelo qual eu não esperava.