Tenho percebido um certo sorriso cínico constante em mim. São instantes de felicidade simples. Ainda que esteja a cabeça com problema escorrendo pelo ladrão, resiste a tal covinha discreta.
Às vezes lembro de momentos gostosos e me pego quase gargalhando, gritando na rua. Só percebo quando alguma alma pesada me lança aquele olhar de recriminação. Se é pecado ser feliz, eu disfarço. Tiro meu sorriso do caminho e deixo os doloridos passarem reto. Atravesso a rua.
Astros têm me facilitado a vida. Domingo fez um sol delicioso. Lá pelas duas da manhã a casa de infinita areia fez-se paraíso. Era tanta estrela, que a lua nova se tornou óbvia por dedução lógica. Mas como não há lógica na vida do céu, fomos maravilhosamente surpreendidos. Surgiu sorrindo para pobres mortais, ela. Minguante, prateada, deitada, o próprio sorriso do gato da Alice. Nós num mundo de simples maravilhas.
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